Chamada para o Dossiê: UNIVERSIDADES INTERCULTURAIS INDÍGENAS NO MUNDO

2024-07-23

Este dossiê abre o debate sobre as universidades interculturais, universidades comunais, universidades autônomas ou, mais recentemente conhecidas como universidades indígenas, existentes no mundo desde a década de 1960. Para ter um panorama ampliado é interessante conhecer as redes dessas universidades: a World Indigenous Nations Higher Education Consortium - Consórcio de Educação Superior da Nações Indígenas do Mundo - WINHEC congrega povos da Austrália, Canadá, Estados Unidos, Noruega e dos três Wānanga da Nova Zelândia (MATO, 2015; NAVIA et.al, 2020). O Consórcio Mundial de Educação Superior das Nações Indígenas (WINHEC) foi estabelecido em 2002 na Conferência Mundial dos Povos Indígenas sobre Educação (WIPCE) em Alberta, Canadá. Outra rede especialmente relevante, é a Universidade Indígena Intercultural, criada em 2007, pelo Fundo para Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (FILAC) com agência sediada em La Paz, Bolívia (BASTOS LOPES, 2022; GOMEZ; CISNEROS, 2020). No México, junto aos Estados Unidos, reside a maior rede de educação universitária indígena em contexto global. No Brasil temos experiências no Ensino Superior das licenciaturas interculturais e das vagas ocupadas fruto das políticas afirmativas para a questão indígena. Apesar desse cenário institucional, o movimento indígena por uma universidade autônoma ocorre no Brasil desde 2006, a partir da fundação da Universidade Pluriétnica Indígena Aldeia Maracanã (RJ), movimento marcado por inúmeros enfrentamentos jurídicos e policiais (GUAJAJARA; GUAJAJARA, 2022), envolvendo inclusive, a luta por demarcação de terra em contexto urbano. A discussão por uma universidade indígena é debatida no recém-criado Ministério dos Povos Indígenas (MPI - Brasil). Nesta proposição, convidamos autores/as que se dedicam ao tema a escrever artigos sobre as Universidades Interculturais Indígenas em sua atuação no mundo, suas redes, resistências e cosmovisões para contribuir com o debate de uma outra universidade possível, o que responderia a um importante momento de reimaginação política.

Referências:

BASTOS LOPES, D. Movimientos Universitarios Indígenas en el eje Brasil - México: un estudio entre dos universidades comunales. Programa Académico Postdoctoral. Universidad Autónoma Metropolitana (UAM). Ciudad de México: UAM, 2022.

GOMEZ, L. M.; CISNEROS, J. Dual language programs: questions of access in the state of Arizona. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v.28, n.18, p. 1-20, 2020. GUAJAJARA, U. J.; GUAJAJARA, P. Em nossas artérias, nossas raízes. Teko haw Maraka’na. Universidade Indígena Aldeia Maraka’na.  Rio de Janeiro: Aldeia Maracanã/Cesac, 2022.

MATO, D. Indigenous peoples and Higher Education. En: H. Callan (ed.). International Encyclopedia of Anthropology. Londres: Wiley-Blackwell, 2015.

NAVIA, C. A., CZARNY, G. K.; SALINAS, G. S. Marcas étnicas y autoreconocimiento de estudiantes indígenas en educación superior. Education Policy Analysis Archives, Arizona, v.28, n.166, p.1-22, 2020. 

 

 

*Currículo dos Organizadores:

 Héctor Muñoz - Pesquisador Titular de Linguística no Departamento de Filosofia, Unidade Iztapalapa da Universidade Metropolitana Autônoma (UAM), Cidade do México. Doutorado em Linguística Hispânica no Centro de Estudios Lingüísticos y Literarios, El Colegio de México, Cidade do México. Cursou Licenciatura de Pedagogia em Castelhano na Universidad Católica del Norte, Antofagasta, Chile. Sociolinguista e educador chileno. Professor Membro do Sistema Nacional de Investigadores, nível III. Membro do Comité de Artes, Educación y Humanidades (CIEES). Foi avaliador no CONACYT (2015-2016). Membro da Academia Chilena de la Lengua. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5016-6736

 

Danielle Bastos Lopes - Professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), professora visitante da Universidad Autónoma Metropolitana (UAM-México), Procientista UERJ (2021-2024) e docente do corpo permanente do Programa de Pós-graduação de Ensino em Educação Básica (PPGEB - UERJ). Cursou Pós - doutorado na Universidad de Salamanca (USAL - Espanha) sobre os temas Educação, Refugiados e Imigrantes. Atualmente é pós - doutoranda na Universidad Autónoma Metropolitana (UAM - México), orientada pelo professor Dr. Héctor Muñoz. Doutora em Educação (PROPED - UERJ), Mestre em História Social (PPGHS - UERJ) e possui graduação em Pedagogia pela mesma universidade (2005 - 2008). É líder do Grupo de Pesquisa Estudos Ameríndios e Fronteiras (GEAF - CNPq). Tem experiência nos seguintes assuntos: processos de escolarização, minorias, refugiados e povos ameríndios viventes nos territórios brasileiro e hispano-americano. Link Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6586130981217856. Orcid: http://orcid.org/0000-0003-1614-0924