Um exilado entre os Kaingang: a trajetória de Bartomeu Melià S. J. no Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v22i48.843Palabras clave:
Melià, Kaingang, Rio Grande do Sul, Pastoral Indígena, exílioResumen
O presente artigo tem por objetivo analisar o período em que o Pe. Bartomeu Melià S.J. morou no Rio Grande do Sul, em Miraguaí, cidade limite com a Terra Indígena Guarita, pertencente ao povo Kaingang com presença de uma comunidade Guarani. Durante oito anos Melià atuou na coordenação da Pastoral Indígena do Interdiocesano Norte, organização composta pelas dioceses de Frederico Westphalen, Erechim, Passo Fundo e Vacaria, as quais tinham em suas circunscrições eclesiásticas presença dos povos Kaingang, em sua grande maioria, e um número menor de Guarani. Para analisar a presença de Pe. Melià, percorreremos suas publicações e ações realizadas no período, tanto no Interdiocesano como nas atividades acadêmicas desenvolvidas na Fundames e Unisinos. Também inquiriremos, sem intenção de elucidar, os motivos que levaram a transferência de Melià para essa região e sua pronta saída assim que as condições no Paraguai, de onde fora expulso, se tornaram favoráveis. Concluímos que esse foi, de fato, o exílio de Melià, o momento mais difícil de sua trajetória pastoral.
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