Uma abordagem histórico-antropológica do contato entre os <em>Akwẽ</em>-Xerente e a sociedade não indígena

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v18i35.479

Palavras-chave:

História e Antropologia, Indígenas Akwẽ-Xerente, Políticas e legislação indigenistas, Contatos Interétnico.

Resumo

Neste trabalho teórico, as autoras contextualizam a produção discursiva e historiográfica acerca da história indígena no Brasil. Em especial, ao tomarem como eixo norteador o diálogo necessário entre as áreas de História e Antropologia, buscam apontar possíveis diretrizes interpretativas para o desenvolvimento de pesquisas acerca das questões indígenas. Na reflexão teórica, destacam o conceito de longa duração, formulado por Fernand Braudel, para a compreensão da temática. A fim de demonstrar a efetividade da conceituação, propõem uma discussão do movimento indígena na história a partir da descrição dos processos históricos do contato interétnico da etnia Akwẽ­-Xerente com parcelas da sociedade nacional.

Biografia do Autor

Poliene Soares dos Santos Bicalho, Universidade Estadual de Goiás

Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (TECCER) da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Doutora em História Social pela Universidade de Brasília (UnB).

Márcia Machado, Universidade Federal do Tocantins

Professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus Universitário de Miracema. Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB).

Referências

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história: abordagens interdisciplinares. (Apresentação). Revista Tempo, Rio de Janeiro, n. 23, p. 11-14, jul. 2007.

AMOROSO, Marta Rosa. Capistrano de Abreu e os índios. In: REIS, Elisa; ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de; FRY, Peter (Org.). Política e cultura - visões do passado e perspectivas contemporâneas. São Paulo: HUCITEC-ANPOCS, 1996. p. 182-196.

ATAÍDES, Jézus Marco (Org.). Documenta Indígena do Brasil Central. Goiânia: Editora da UCG, 2001.

BENATTE, Antônio Paulo. História e Antropologia no campo da Nova História. Revista História em Reflexão, Dourados, v. 1, n. 1, p. 1-25, jan./jun. 2007.

BERTRAN, Paulo. História da terra e do homem no Planalto Central: eco-história do Distrito Federal - do indígena ao colonizador. Brasília: Verano, 2000.

BESSA FREIRE, José Ribamar. Cinco ideias equivocadas sobre os índios. Revista do Centro de Estudos do Comportamento Humano, Manaus, n. 1, p. 17-33, set. 2000.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial da Saúde Indígena. Departamento de Gestão da Saúde Indígena. Coordenação de Monitoramento e Avaliação. DSEI Tocantins. Dados gerais do Dsei Tocantins, referentes a 2013. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/fevereiro/25/Dsei-Tocantins.pdf>. Acesso em: 18 fev. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial da Saúde Indígena. Departamento de Gestão da Saúde Indígena. Coordenação de Monitoramento e Avaliação. DSEI Tocantins. Pólo Base Indígena Tocantínia. Dados gerais da população Xerente, referentes a 2017. Tocantínia, 2017.

BRAUDEL, Fernand. História e Ciências Sociais. Lisboa: Editorial Presença, 1972.

CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. 7. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1993. v. 2.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: Editora da Unesp, 1998.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012. (Coleção Agenda Brasileira).

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Introdução a uma História Indígena. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia da Letras; Secretaria Municipal de Cultura; FAPESP, 1992.

CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO (CIMI). Relatório violência contra os povos indígenas no Brasil – dados de 2014. Brasília: CIMI, 2015.

DE PAULA, Luís Roberto. Xerente. Povos Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental (ISA), ago. 1999. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/povo/xerente/1173>. Acesso em: 22 out. 2016.

GALDAMES, Osvaldo Silva. ¿Etnohistoria o historia indigena? In: GALDAMES, Osvaldo Silva; CÁRDENAS, Eduardo Medina; LÚGARO, Eduardo Téllez. (Edit.). Encuentro de Etnohistoriadores. Santiago: Universidad de Chile, 1988. p. 7-9. (Série Nuevo Mundo: Cisco Siglos, n. 1).

GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Livros didáticos e fontes de informações sobre as sociedades indígenas no Brasil. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; LOPES DA SILVA, Aracy (Orgs.). A temática indígena na escola. 4. ed. São Paulo: Global; Brasília: MECUNESCO, 2004. p. 481-526.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOBRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Tocantínia. População estimada 2016. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=_EN&codmun=172110&search=||infogr%E1ficos:-informa%E7%F5es-completas>. Acesso em: 18 maio 2015.

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA). População indígena no Brasil. Povos indígenas no Brasil. [s.d]. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/populacao-indigena-no-brasil>. Acesso em: 22 fev. 2017.

LE GOFF, Jacques. A história nova. In: LE GOFF, Jacques; CHARTIER, Roger; REVEL, Jacques (Org.). A história nova. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. 4. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 1982.

LUCIANO BANIWA, Gersem José dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil hoje. Brasília: MEC/UNESCO; LACED, 2006.

MELATTI, Júlio C. População Indígena. Série Antropologia, Brasília, n. 345, p. 1-39, 2004.

MELATTI, Júlio C. Índios do Brasil. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 1994.

MONTEIRO, John M. Tupis, tapuias e historiadores. Estudos de História Indígena e do Indigenismo. 2001. 233 f. Tese (Livre-Docência) - Universidade de Campinas (UNICAMP), Departamento de Antropologia, Campinas, SP, 2001.

MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: história e resistência dos índios. In: NOVAES, Adauto (Org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999. p. 237-249.

NIMUENDAJÚ, Curt. The Xerente. Los Angeles: L. A. Press, 1942.

NOLASCO, Genilson Rosa Severino. Rowahtuze Sinã: um estudo sobre a “pedagogia” Akwẽ e a sua relação com a escola indígena. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social e Cultural) - Universidade de Coimbra, Coimbra, 2010.

OLIVEIRA E SILVA, Marcelo Gonçalves. Auwẽ Xavante: dos primeiros contatos ao confinamento territorial. Dissertação (Pós-Graduação em História) - Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2013.

OSSAMI DE MOURA, Marlene Castro Ossami de. Aldeamento Carretão: “marco zero” da história das relações étnicas dos Tapuios. Dimensões, Vitória, ES, n. 18, p. 29-48, 2006.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia da Letras; Secretaria Municipal de Cultura, 1992. p. 115-132.

PERROT, Michelle. Os excluídos da história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

POMIAN, Krzystof. A história das estruturas. In: LE GOFF, Jacques; CHARTIER, Roger; REVEL, Jacques. A história nova. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 129-165.

QUIJANO, Anibal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo (Comp.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO, 2005. p. 227-275.

REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1996.

SAHLINS, Marshall David. Metáforas históricas e realidades míticas: estrutura nos primórdios da história do reino Sandwich. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.

SAHLINS, Marshall David. Ilhas da história. Tradução de Bárbara Sette. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.

SANTILLI, Márcio. Os brasileiros e os índios. São Paulo: Editora Senac, 2000.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. Questões de fronteira: sobre uma antropologia da história. Novos Estudos, São Paulo, n. 72, p. 119-135, jul. 2005.

SIBAKADI, Sílvia. Educação – Rowahtuze. In: WEWERING, Sílvia T. (Org.). Povo Akwẽ-Xerente: vida, cultura e identidade. 2 ed. Belo Horizonte: Rona, 2012. p. 86-88.

SILVA, Cleube Alves da. Confrontando mundos: os Xerente, Xavante, Xakriabá e Akroá e os contatos com os conquistadores da Capitania de Goiás (1749-1851). Dissertação (Pós-Graduação em História) - Universidade Federal de Grande Dourados, Dourados, MS, 2006.

VAINFAS, Ronaldo. Colonização, miscigenação e questão racial: notas sobre equívocos e tabus da historiografia brasileira. Revista Tempo, Rio de Janeiro, n. 8, p. 1-12, ago. 1999.

WÃKAINẼ, Vilmar. Direito à diferença. In: WEWERING, Silvia T. (Org.). Povo Akwẽ- Xerente: vida, cultura e identidade. 2. ed. Belo Horizonte: Rona, 2012. p. 82-83.

Downloads

Publicado

2018-04-10

Como Citar

Bicalho, P. S. dos S., & Machado, M. (2018). Uma abordagem histórico-antropológica do contato entre os <em>Akwẽ</em>-Xerente e a sociedade não indígena. Tellus, 18(35), p. 85–112. https://doi.org/10.20435/tellus.v18i35.479