Cultura viva – modos de descolonizar a caatinga a partir da relação entre flores e pássaros

Autores

  • Alexandre Ferraz Herbetta Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v17i34.453

Palavras-chave:

decolonialidade, indígena, mitocosmologia, toré, caatinga.

Resumo

Este texto busca problematizar a situação de crise existente na caatinga alagoana a partir da comparação entre concepções de mundo e território evidenciadas nas atividades produtivas comumente efetivadas por não indígenas e nas concepções de mundo e território de indígenas Kalankó. Esse povo vive no sertão alagoano, na região da caatinga e busca superar uma série de dificuldades – entre elas a desertificação do bioma – para garantir uma vida digna à sua população. Nessa direção, propõe-se aqui que o conteúdo mitocosmológico presente nas letras dos cantos de toré Kalankó codifica noções e relações, presentes na ideia de cultura viva, que apresenta outra possibilidade para o manejo do bioma. O toré é um ritual musical que, muitas vezes, é analisado pela antropologia apenas como uma performance cultural, a qual marca diacriticamente a identidade indígena, reduzindo o potencial do rito. Neste texto, procura-se encará-lo como um ritual polissêmico, como em outras oportunidades ele é percebido. Busca-se, portanto, tomar o conhecimento Kalankó com valor político e epistêmico similar a uma epistemologia eurocêntrica, descolonizando a caatinga.

Biografia do Autor

Alexandre Ferraz Herbetta, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Antropologia pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003) e mestrado em Antropologia Social pela mesma instituição (2006). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Goiás. Atua no Curso de Licenciatura Intercultural - Núcleo Takinahaky e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Tem experiência na área de Antropologia e Educação, com ênfase em Etnologia Indígena, Política e Artes. É vice-coordenador do Curso de Especialização em Educação Intercultural.

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Publicado

2017-12-19

Como Citar

Herbetta, A. F. (2017). Cultura viva – modos de descolonizar a caatinga a partir da relação entre flores e pássaros. Tellus, 17(34), p. 29–60. https://doi.org/10.20435/tellus.v17i34.453