Experiências inovadoras na formação de professores indígenas a partir do Método Indutivo Intercultural no Brasil

Autores/as

  • Maxim Repetto Universidade Federal de Roraima
  • Lucilene Julia Da Silva Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v0i30.402

Palabras clave:

educação intercultural na América Latina, interculturalidade, experiências educativas, Método Indutivo Intercultural.

Resumen

A América Latina, no século XX, foi palco de diversos conflitos e movimentos que, em um contexto de crescente reconhecimento das multipluralidades sociais, assentou bases para o atual debate sobre interculturalidade e o reconhecimento de direitos educacionais, particularmente de uma educação intercultural aos povos indígenas. Nesse contexto, a interculturalidade recebeu diversas perspectivas, com orientações distintas repousadas no sentido dado às relações sociais e ao conceito de cultura. Assim, a definição de cultura, por exemplo, tornou-se central no processo para pensar a educação e as relações entre as diversas sociedades. No presente texto, desenvolve-se uma análise de duas experiências específicas baseadas no Método Indutivo Intercultural (MII) desenvolvidas no Brasil. Esse método surgiu a partir de experiências inovadoras implementadas a princípio no Peru e consolidadas no México, e que subsidia, agora, ações educativas interculturais junto aos povos indígenas no Brasil, especificamente, nos estados de Minas Gerais, Bahia e Roraima. Essa proposta levanta questionamentos ao uso oficial e comum dado aos debates a cerca de interculturalidade e pretende reposicionar para uma proposta de reflexão crítica e de prática embasada na Teoria Histórico Cultural da Atividade, que se fundamenta na reflexão sobre as atividades e experiências vividas cotidianamente por cada povo indígena, de forma a fornecer elementos para repensar o papel dos diferentes conhecimentos na escola indígena, os quais apontam para possibilidades de ampliação, articulação e contraste entre os conhecimentos indígenas e os conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade. Nesse sentido, as experiências educativas apresentadas no decurso do texto trazem tentativas concretas à construção de propostas educativas interculturais tanto dirigidas à educação básica como à educação superior indígena.

Biografía del autor/a

Maxim Repetto, Universidade Federal de Roraima

Doutor em Antropologia Social, professor no Curso de Licenciatura Intercultural no Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena na Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Lucilene Julia Da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Realizou estágio sanduíche pelo Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), no Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS), sede: Distrito Federal, Ciudad de México, México, sob a supervisão da profa.Dra.María Bertely Busquets.

Citas

BERTELY, M. Modelo pedagógico para una ciudadanía intercultural activa y solidaria. In: ALFARO, S.; ANSIÓN, J.; TUBINO, F. (Ed.). Ciudadanía intercultural. Conceptos y pedagogías desde América Latina. Peru: Fondo Editorial PUCP, 2008.

______. Notas da entrevista concedida sobre a proposta teórica e metodológica do Calendário Sociocultural. SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DE PRÁTICAS DOCENTES, 5. e COLÓQUIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E INTEGRAÇÃO, 2., 19 a 23 de novembro de 2012. Boa Vista, RO: Universidade Federal de Roraima, 2012.

BERTELY, M. (Coord.). Interaprendizajes entre indígenas: de cómo las y los educadores pescan conocimientos y significados comunitarios en contextos interculturales. México: CIESAS-UPN, 2011.

BERTELY, M.; UNEM. Modelo Curricular de Educación Intercultural Bilingue UNEM. México: CIESAS, 2009.

BESALÚ, Xavier. La Formación Inicial em Interculturalidad. In: SIERRA, Antonio Jordan et al. La formación del professorado em Educación Intercultural. Madrí: Ministerio de Educación/Los Libros de la Catarata, 2004.

CANDAU, V. M. F.; RUSSO, K. Interculturalidade e educação na América Latina: uma construção plural, original e complexa. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, PR, v. 10, n. 29, p. 151-169, jan./abr. 2010. Disponível em: <http://www.redalyc.com/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=. 189114444009>. Acesso em: 14 jan. 2016.

DANIELS, H. Vygotsky e a pedagogia. São Paulo: Loyola, 2003.

DA SILVA, L. J. da. As ações educativas dos intercâmbios culturais em contexto indígena: estudo de caso do Povo Pataxó da aldeia Muã Mimatxi. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GASCHÉ, J. Niños, maestros, comuneros y escritos antropológicos como fuentes de contenidos indígenas escolares y la actividad como punto de partida de los procesos pedagógicos interculturales: un modelo sintáctico de cultura. In: GASCHÉ, J.; BERTELY, M.; MODESTA, R. (Coord.). Educando en la diversidade: investigaciones y experiências educativas interculturales y bilingües. Quito: Abya-Yala, CIESAS, IIAP, 2008a.

______. Las motivaciones políticas de la educación intercultural indígena. ¿Hasta dónde abarca la interculturalidad? In: GASCHÉ, J.; BERTELY, M.; MODESTA, R. (Coord.). Educando en la diversidade: investigaciones y experiências educativas interculturales y bilingües. Quito, Ecuador: Abya-Yala, CIESAS, IIAP, 2008b.

GASCHÉ SUESS, Jorge; VELA MENDOZA, Napoleón. Sociedad Bosquesina. Tomo I: Ensayo de antropología rural amazónica, acompañado de una crítica y propuesta alternativa de proyectos de desarrollo. Iquitos, Perú: Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIAP); Lima, Perú: Consorcio de Investigaciones Económicas y Sociales (CIES); Japón: Center for Integrated Area Studies, Kyoto University (CIAS), 2012.

KYMLICKA, Wil. La Política vernácula. Nacionalismo, muilticulturalismo y ciudadanía, Tradução Fernández Aúz e B. Eguibar. Barcelola: Paidós, 2003.

LÓPEZ, L. E. (Ed.). Interculturalidad, educación y ciudadanía: perspectivas latinoamericanas. Bolívia: Plural Editores, 2009.

MIGNOLO, Walter. La idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Espanha: Gedisa, 2007.

REPETTO, M.; CARVALHO, F. Experiências de pesquisa sobre o Calendário Socionatural e a Aplicação do Método Indutivo Intercultural em Roraima – Brasil. 2016. Boa Vista, RR: Editora da UFRR. [no prelo].

RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. 1. ed. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010.

SAAVEDRA, José Luis. Pensamiento qulla la insurgencia de la intelectualidad aymara contemporanea. 2010. 258p. Tese (Doutorado em Estudos Culturais Latinoamericanos) - Universidad Andina Simon Bolivar, Sede Ecuador. Dsponível em: <http://hdl.handle.net/10644/2928>. Acesso em: 15 maio 2016.

TRUEBA, C. C. Un ensayo sbre el conocimiento indígenacontenporáneo. México: Universidad Autónoma de México, 2006.

TUBINO, F. La interculturalidad crítica como proyecto ético-político. ENCUENTRO CONTINENTAL DE EDUCADORES AGUSTINOS. Anais... Lima: Universidad Andina. enero, 24-28, 2005. Disponível em: <http://oala.villanova.edu/congresos/educación/lima-ponen-02.html>. Acesso em: 22 jan. 2016.

WALSH, C. Interculturalidad y colonialidad del poder: un pensamiento y posicionamiento otro desde la ‘diferencia colonial. In: WALSH, C. et al. Interculturalidad, descolonización del estado e del conocimiento. Buenos Aires: Signo, 2006. p. 21-70.

______. Interculturalidad crítica y educación intercultural. In: VIAÑA, J.; TAPIA, L.; WALSH, C. Construyendo interculturalidad crítica. La Paz: III-CAB, 2010. p. 75-96.

Publicado

2016-07-25

Cómo citar

Repetto, M., & Da Silva, L. J. (2016). Experiências inovadoras na formação de professores indígenas a partir do Método Indutivo Intercultural no Brasil. Tellus, (30). https://doi.org/10.20435/tellus.v0i30.402