Pluralismo jurídico e o encarceramento dos indígenas no Mato Grosso do Sul: um diálogo necessário para a justiça no sistema prisional brasileiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v24i53.1087

Palabras clave:

indígenas, direitos indígenas, aprisionamento, direitos humanos

Resumen

O presente artigo, parte da pesquisa de mestrado em Direito – área de concentração “Direitos Humanos”, tem como objetivo apresentar reflexões acerca dos desafios para garantir os direitos indígenas no contexto do Sistema Prisional Brasileiro e propor medidas para garantir seus direitos fundamentais durante o processo judicial e o encarceramento. Trata-se de pesquisa dedutiva e a partir de análise de dados do SENAPPEN, e levantamento bibliográfico acerca da realidade atual dos indígenas aprisionados no Estado de Mato Grosso do Sul e o acesso à justiça. Dados preliminares demonstram uma larga distância entre os direitos básicos e a situação da população indígena nos estabelecimentos prisionais e a corrente do “Pluralismo Jurídico” serve como base teórica para análise desta realidade.

Biografía del autor/a

Priscila Caetano Amorim, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Mestre em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduada em Direito pela UFMS. Integra a assessoria jurídica do Conselho do Povo Terena.

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Publicado

2025-06-23

Cómo citar

Amorim, P. C. . (2025). Pluralismo jurídico e o encarceramento dos indígenas no Mato Grosso do Sul: um diálogo necessário para a justiça no sistema prisional brasileiro. Tellus, 24(53). https://doi.org/10.20435/tellus.v24i53.1087

Número

Sección

Escritos Indígenas